A morte da internet

A Internet Está Morrendo — e Ninguém Quer Admitir

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“Estamos navegando em uma rede feita por máquinas, para máquinas — e isso muda tudo.”

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Se você acha que a internet ainda é principalmente sobre pessoas interagindo, pesquisando, criativas, se engajando… pense outra vez. A verdade incômoda é que a rede que conhecíamos está morrendo. Não como um corpo fechado, mas como um ecossistema que estava vivo — e agora inexoravelmente vira automatizado, artificial, saturado. E o resultado: a internet humana, genuína, está sendo engolida por conteúdo sintético, bots, automação de SEO e IA generativa.

Neste post o EditorTech explora por que temos razões para acreditar que a internet está morrendo — ou ao menos se transformando numa forma irreconhecível —, o que isso significa para negócios, criadores, usuários, e o que pode ou deve ser feito para resistir à deriva.

O diagnóstico crú: a invasão das máquinas

Quando falamos de “internet morrendo”, não é uma metáfora poética: há dados, rastros, tendências que sinalizam que o ativo mais precioso da web — a atividade humana orgânica — está sendo substituída ou mascarada por automações.

  • Estudos recentes mostram que o tráfego gerado por bots e sistemas automatizados ultrapassou o tráfego humano: um relatório aponta que em 2024 o tráfego automatizado bateu os 51% do total. Wikipédia+3cpl.thalesgroup.com+3skillbloomer.com+3
  • A “Teoria da Internet Morta”, ainda que tenha elementos conspiratórios, descreve justamente o cenário: que grande parte da internet de hoje já está dominada por bots, automação, conteúdo gerado e orquestrado — e não mais por pessoas. Wikipedia+2Wikipédia+2
  • O fenômeno do “AI slop” — conteúdo gerado em massa por IA, de baixa qualidade ou com pouca substância — vem sendo reconhecido como um problema concreto. Wikipedia+1

Então: se metade (ou mais) do tráfego, conteúdo ou interação for máquina → máquina, o que resta da internet “humana”?

“Rede feita por máquinas, para máquinas” — o salto que muda o jogo

O gancho que usamos não é mero efeito de linguagem: a arquitetura da web está mudando. Antes planejámos sites para pessoas — agora grande parte do que é criado, divulgado, indexado, monetizado tem como alvo máquinas: algoritmos de busca, modelos de IA, rastreadores, automações de SEO.

  • O surgimento da geração de conteúdo em massa para alimentar mecanismos de busca ou alimentar modelos de IA mostra uma inversão: não estamos mais escrevendo para leitores — estamos escrevendo para algoritmos. Ferramentas de GEO (Generative Engine Optimization) apontam nesse sentido: conteúdo adaptado para aparecer em respostas de IA ou bots. Wikipédia+1
  • Quando criamos conteúdo pensando “como esse post será visto por humanos?”, temos um valor essencial; quando o pensamento vira “como esse post será visto/pickado/rasteado por bots ou IA?”, perdemos a noção de público real, de relevância humana.
  • O resultado: estamos navegando numa rede onde o interlocutor humano é cada vez mais invisível, irrelevante — e o que importa é a máquina interpretando a máquina.

E isso muda tudo: a lógica de monetização, de visibilidade, de engajamento, de autoridade. As métricas “tradicionais” perdem significado, o poder se desloca, os incentivos se pervertem.

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Os quatro vetores da saturação: sintético, bots, automação de SEO, IA generativa

Para entender o quadro, veja os quatro vetores que alimentam essa mudança — eles se sobrepõem, mas cada um merece atenção.

a) Conteúdo sintético

Conteúdo gerado em massa por IA (texto, imagem, vídeo) ou parcialmente atrelado a automações. O estudo acadêmico estima que em algumas páginas ativas pelo menos 30%-40% do texto já venha de IA gerativa. arXiv+1
Isso cria uma proliferação de “mais do mesmo”, de redações rápidas sem contexto, sem experiência humana — o que mina a confiança, a diferenciação.

b) Bots (e tráfego não humano)

Se uma grande parte do tráfego não for humano, os sinais de engajamento, as métricas de audiência, tudo isso fica distorcido. Bots de scraping, bots de interação, automações massivas: relatórios mostram tráfego automatizado superando humano. cpl.thalesgroup.com+1
Se bots acessam conteúdo para alimentar modelos, índices ou outras máquinas, estamos numa economia de dados para máquinas, não de significado para pessoas.

c) Automação de SEO

Estratégias que exploram brechas nos algoritmos de busca para gerar muitos conteúdos “otimizados” sem substância real, visando tráfego ou visibilidade. Esse modelo cresce quando os “leitores humanos” perdem protagonismo e os algoritmos viram os “leitores” essenciais.
Isso gera uma espiral de conteúdo que é “bom para algoritmos” e nem sempre “bom para humanos”.

d) IA generativa como criadora e como treinadora

Ferramentas como LLMs (grandes modelos de linguagem) são tanto consumidoras quanto produtoras: elas “comem” a web para aprender, depois produzem conteúdo que vai voltar para a web — criando loops. Estudos indicam que essa mistura de dados humanos + dados gerados artificialmente levanta risco de degeneração de qualidade. arXiv
O ciclo é: humanos fazem conteúdo → IA aprende → IA gera conteúdo → esse conteúdo volta para a web → nova IA aprende sobre “conteúdo gerado”… e assim por diante.

As consequências para negócios, criadores e usuários

Se a internet como conhecíamos está se transformando, as consequências são reais — para quem produz, para quem consome, para quem monetiza.

Para negócios e criadores
  • A visibilidade se torna menos sobre conteúdo humano relevante e mais sobre “ser detectável por máquinas”. Quem entender isso ganha; quem não entender fica invisível.
  • O valor da autoridade humana autêntica pode aumentar — ou pode se diluir, caso seja substituída por automações.
  • Modelos de monetização baseados em “cliques de humanos” podem falhar se os cliques são cada vez mais de bots ou automações.
  • A competitividade cresce: automações barateiam a produção, mas diluem o valor. Criadores reais precisam repensar diferenciação e humanização.
Para usuários
  • A experiência se torna menos sobre “encontrar algo que importa para mim” e mais sobre “navegar entre sugestões de máquinas para máquinas”. A sensação de “alguma coisa está estranha” se intensifica — conteúdo repetitivo, superficial, produzido em massa.
  • A confiança nas fontes cai: se não sabemos quem é humano, quem é máquina, se os dados ou recomendações são fruto de engajamento real ou automações — a “verdade” online enfraquece.
  • O risco de manipulação cresce: conteúdo pode não apenas ser automatizado, mas orientado por algoritmos visando engajamento ou propósito oculto.
Para o ecossistema da web
  • A inovação “orgânica” pode diminuir: se a maioria da “atividade nova” na web for máquinas gerando para máquinas, pouco espaço sobra para gente criar algo novo e original.
  • A qualidade média desce: pesquisadores já levantam que conforme IA é treinada em dados gerados por IA, há risco de degeneração ou “deterioração” da criatividade. arXiv+1
  • O valor da curadoria humana, do jornalismo autêntico, da comunidade genuína, se eleva — mas será menos dominante se não reagirmos.

Por que “ninguém quer admitir” — o bloqueio coletivo

Se esse quadro é tão sério, por que pouca gente aceita, discute ou toma medidas concretas? Algumas razões:

  • Porque o sistema atual lucra com automações: métricas de tráfego, conteúdo produzido em escala, automações de SEO, todos alimentam um ecossistema que privilegia quantidade. Admitir que “a internet está morrendo” implica repensar negócios, modelos, investimentos.
  • Porque muitos usuários não percebem ou preferem não perceber: se a sua experiência costuma ser superficial, repetitiva ou automatizada, pode parecer “normal”. A desconexão sutil se instala gradualmente, sem alarme coletivo.
  • Porque ainda existem muitos incentivos contrários à mudança: plataformas, anunciantes, produtores de conteúdo em massa têm pouco interesse em alterar o status quo — menos cliques = menos receita.
  • Porque é tecnicamente difícil distinguir o humano do não-humano de modo confiável: bots sofisticados, IA generativa, automações de rastreamento dificultam verificação simples.
  • Porque há uma espécie de “zona cinzenta aceitável”: parte da automação não é maligna — mas somada com tudo o resto cria um ambiente de erosão lenta. Reconhecer isso implica questionar valores, responsabilidades, e talvez afetar reputações.
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O que pode ser feito: visão, resistência e adaptação

Se você como empresário (e você, Cleiton, que tem papel de liderança) quer não apenas observar mas agir, aqui vão recomendações pragmáticas — com visão.

Rejeite o “mais do mesmo” e valorize o humano
  • Produza conteúdo com propósito e autenticidade: vozes reais, experiência possível de verificar, diferenciação clara frente à automação genérica.
  • Use automações como ferramentas, não como substitutas de essência. A IA pode ajudar, mas não substituir sua visão, seu tom, sua autoridade.
Avalie métricas de modo crítico
  • Olhe além de “visitantes” ou “visualizações”. Pergunte: quantos visitantes são reais? Qual o engajamento genuíno? Como mensurar atividade humana relevante?
  • Esteja atento ao tráfego de bots, ao impacto da automação — e considere filtros ou auditorias de qualidade de audiência.
Antecipe e adapte-se à nova lógica de visibilidade
  • Se os algoritmos e IA são parte da nova arena, entenda que não basta “estar no Google” — talvez você deva “estar nas respostas de IA”, nas plataformas de descoberta alimentadas por IA.
  • Invista em estratégias de visibilidade para IA: isso não significa ceder ao conteúdo raso, mas entender que o ecossistema mudou.
Crie comunidades e experiências que máquinas não replicam bem
  • O diferencial competitivo será, cada vez mais, aquilo que máquinas não podem facilmente replicar: empatia, narrativa humana, relacionamentos, reputação construída.
  • Fomente interação direta, verificação de identidade, autenticação que reforcem que há gente por trás da marca.
Monitore qualidade e riscos de saturação
  • Esteja atento à “deterioração” do básico: se a internet vira um volume imenso de conteúdo raso, o valor de cada peça real sobe — mas o risco é que o “ruído” encubra o “sinal”.
  • Desenvolva critérios internos de qualidade, governança de conteúdo, proteção da reputação. Nenhum negócio quer ser parte da “internet zumbi”.
Perspectiva visionária: para onde vamos

Se aceitarmos que a internet está morrendo — ou se transformando — precisamos ter visão sobre o que vem depois.

  • Internet 2.0 humana: talvez surja uma nova camada mais autêntica, descentralizada, onde a automação existe, mas não domina — e onde “humanos reais” valorizam espaços com moderação, verificação, curadoria — mais parecido com “comunidades” do que com “todas as páginas da web”.
  • Maior valor da escassez humana: quando tudo for gerado em massa, o que for verdadeiramente humano será raro — e caro. Marcas autênticas, criadores genuínos, terão vantagem.
  • Transparência sobre automação: talvez se torne norma identificar “este conteúdo foi gerado por IA” ou “esta interação é automatizada”. Regulamentações, normas, governança de dados podem emergir.
  • Redistribuição de poder: se antes “quem domina o Google” tinha vantagem, agora “quem domina a IA e os algoritmos de resposta” terá vantagem — e isso pode dar espaço a novos players, novos modelos de negócio.
  • Qualidade sobre quantidade — ou nada: se a saturação continuar, o custo de atenção humana vai subir; os criadores que continuarem correndo pela “maximização de volume” podem perder para quem aposta em “excelência humana”.

Conclusão: reconhecimento, estratégia, urgência

Vamos acabar rápido: sim — a internet como a conhecemos está morrendo. Ou melhor: está se transformando em algo diferente, menos humano, dominado por máquinas para máquinas. E poucos querem admitir porque isso implica repensar tudo: conteúdo, métricas, modelos de negócio, reputação.

Mas como empresário visionário, você tem vantagem se agir agora: perceba as mudanças, adapte-se, preserve a humanidade no digital, comprometa-se com qualidade, e crie estratégias de longo prazo que não dependam apenas de “clicar com bots”.

Lembre-se: quando a rede vira “máquinas falando com máquinas”, os humanos que ainda falam entre si, se tornarem raros, serão preciosos. Decida se você vai ser parte desse grupo — ou se ficará à mercê de uma web que você mal reconhece.

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Autor

  • Clara Menezes

    Clara Menezes é editora de tecnologia no EditorTech, com uma sólida trajetória no jornalismo tecnológico. Formada em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), ela acumulou 10 anos de experiência cobrindo inovações, de startups a avanços científicos. Clara já colaborou com publicações internacionais, trazendo análises claras sobre o impacto da tecnologia na sociedade. Apaixonada por traduzir conceitos complexos, suas reportagens exploram tendências globais e soluções práticas, inspirando leitores a se conectarem com o futuro digital.

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